Hackers, muito provavelmente ligados à China, invadiram os sistemas da Volkswagen e roubaram 19 mil arquivos da montadora alemã entre 2010 e 2014, só sendo detidos por uma operação mundial da empresa.
O caso, que até agora não tinha vindo a público, foi revelado na edição desta semana da revista semanal Der Spiegel, uma das publicações mais importantes da Alemanha.
A publicação teve acesso a 40 documentos internos da Volkswagen, que desenham o quadro completo do que deve ter sido um dos maiores ataques do tipo já feitos.
O alvo eram informações técnicas, sobre desenvolvimento de motores, engrenagens e tecnologia para carros elétricos.
Os primeiros ataques começaram em 2010. Nos dois anos seguintes, os hackers conseguiram roubar alguns dados, e, 2013, conseguiram obter acesso de administrador na rede.
A infiltração começou pela cidade mexicana de Puebla, onde a Volkswagen tem uma fábrica, e chegou até o coração da empresa, na sede em Wolfsburg, na Alemanha.
Em 2014, um erro de digitação de um dos hackers infiltrados causou um aumento no consumo de recursos destinados a um sistema, o que chamou a atenção de um técnico da Volkswagen que acabou descobrindo a invasão.
A partir daí, a Volkswagen convocou uma força-tarefa, que observou os invasores ao longo de quase um ano, para contra-atacar só em 24 de abril de 2014, uma sexta-feira, a partir das 16h, horário da China.