A 99Pay, carteira digital da 99, conseguiu diminuir em 18% o volume de contas invadidas no aplicativo nos primeiros três meses do ano. 

Em nota, a empresa atribuiu a queda a uma campanha junto aos usuários estrelada pelo judoca e campeão olímpico Flávio Canto, com conteúdos educacionais para os usuários.

No total, foram mais de 60 conteúdos postados nas redes sociais, mais de 14 mil interações e quase 15 milhões de contas alcançadas. 

As aulas que mais apresentaram engajamento dos usuários foram referentes a golpes relacionados ao Pix, como criar senhas fortes e seguras e a importância de manter os apps atualizados.

A fintech também contou com o apoio de influenciadores e criadores de conteúdo para ampliar o alcance da mensagem.

"Nosso objetivo com a campanha foi aumentar a independência de nossos usuários, ensinando as formas de identificação e defesa dos principais golpes onlines. É muito gratificante termos a comprovação de que nosso movimento vem trazendo impacto para o setor", pontua Ariane Kopke, gerente de marketing da 99Pay. 

Uma pesquisa da consultoria Ipsos averiguou que a percepção de segurança da marca junto aos usuários melhorou 10 pontos percentuais (a 99 não abre de quanto para quanto foi esse aumento ou o volume total de invasão de contas).

CONTEXTO

Por mais bem planejada e executada que tenha sido a campanha da 99Pay, é complicado atribuir todo o resultado de redução de invasões de conta somente a ela.

(Vale ressaltar ainda que quase todos os bancos e fintechs têm feito campanhas sobre o tema de maneira insistente, e que o efeito da campanha, digamos, do Nubank, certamente transborda para outras aplicações). 

De acordo com dados da ferramenta de monitoramento Threat X, as ameaças contra o sistema da 99Pay caíram 46% no mesmo período.

O Threat X escaneia a Internet através de coisas como phishing, perfis falsos, vazamento de dados e tentativas de clonagem.

Parte dessas ameaças é gerada pelo comportamento pouco prevenido de usuários, é verdade, mas outra parte é o trabalho de cibercriminosos que não se deixam influenciar por campanhas de marketing. 

Uma hipótese para explicar parte da redução pode ser que os criminosos acharam outros alvos mais fáceis e estão se concentrando neles.

O número total de fraudes de identidade permanece mais ou menos estável. Segundo o indicador de Tentativas de Fraude da Serasa Experian, por exemplo, a cifra total caiu apenas 0,1% em fevereiro, quando foram registradas 3.485 ocorrências a cada milhão de habitantes no Brasil, totalizando 756.576. 

As diligências são relacionadas a fraudes de identidade – quando golpistas roubam dados pessoais e tentam se passar por outras pessoas para obter vantagens financeiras. Do total, metade visa o setor financeiro.